domingo, janeiro 21, 2018

As Minhas Aventuras pela Europa


CHARLIE CHAPLIN
trad. J. Torres de Carvalho e Arnaldo Brandeiro

Lisboa, s.d. [circa 1932]
Livraria Bertrand
1.ª edição
19,5 cm x 12,7 cm
256 págs.
encadernação de amador recente em tela com as capas espelhadas
não aparado
exemplar estimado; miolo limpo, papel com acidez
assinatura de posse no ante-rosto
17,00 eur (IVA e portes incluídos)

Chaplin / Charlot, «símbolo duma época, paradigma dum período histórico de mutações bruscas e violentas» (segundo António Lopes Ribeiro), época de cinema mudo em que fácil era aceitar qualquer laracha, imaginar o melhor ou o pior, visto que dos actores apenas se colhiam trejeitos e expansões musculares – nada de texto. Não por acaso, com o advento do sonoro, quando o «cinema se tornou loquaz, palrador como um papagaio» (idem), restringindo de algum modo o significado dos guiões dos realizadores, as opiniões dos espectadores começam a dividir-se, ao evidenciarem-se os posicionamentos de cada qual. Charles Chaplin (1889-1977), por ocasião de uma outra sua visita à Europa, em 1952, em que foi recebido pela rainha de Inglaterra e a quem o governo francês condecorou com a Legião de Honra, será violentamente contestado em Paris como um «chantagista emocional, voz principal da desgraça» (Serge Berna, Guy-Ernest Debord, Jean-L. Brau e Gil J. Wolman, manisfesto Basta de Pés-Chatos): «[...] Dado que te identificas com os fracos e os oprimidos, atacar-te tem sido considerado atacar os fracos e os oprimidos – mas na sombra da tua velha bengala podia já ver-se o cacetete de um polícia. [...] Não engolimos essa das “perseguições absurdas” que te pretendem mostrar como vítima, Max du Veuzit de pés chatos! [recentemente, ele fôra alvo de inquérito por parte da Comissão das Actividades Antiamericanas] [...] Vai dormir, insecto fascista. Chafurda na lama! Dedica-te à alta sociedade (gostámos muito de te ver rastejar frente à insignificante Isabel) [...]» (in Greil Marcus, Marcas de Baton, frenesi, Lisboa, 1999).

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